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Como a figura da mãe de Jesus ainda divide cristãos 75 anos após dogma da Assunção de Maria

“Pronunciamos, declaramos e definimos como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, de corpo e alma, na glória celeste”, publicou o papa Pio 12 (1876-1958) em 1º de novembro de 1950.

Foi a última vez que a Santa Sé proclamou um dogma: a assunção de Maria, portanto, integra a lista de 43 “verdades de fé”, crenças oficializadas pela Igreja Católica como sendo “inquestionáveis” para os que seguem essa religião.

A afirmação papal de 1950 foi feita por meio de um documento chamado constituição apostólica, categoria dentre as mais importantes dentro da máquina burocrática que rege os assuntos da fé católica.

Assim, Pio 12 buscou encerrar uma questão que desde os primeiros séculos era debatida por teólogos e controversa entre populares: qual teria sido o fim da mãe de Jesus, já que os textos bíblicos não se ocuparam de contar sobre seus últimos dias.

“Para ser mãe de Deus, Maria não estava sujeita ao poder do pecado, portanto, não poderia também ficar sujeita ao poder da morte”, explica à BBC News Brasil a cientista da religião Wilma Steagall De Tommaso, coordenadora do grupo de pesquisa A Palavra É Imagem: Arte Sacra Contemporânea, História e Religião, na Fundação São Paulo, e coautora do livro A Glorificação de Maria em Corpo e Alma.

“Jesus foi gerado por Maria e, por isso, a carne do filho era a mesma carne da mãe. Se a carne do Filho, Jesus Cristo, não se corrompeu, a mãe também não deveria experimentar a corrupção da carne, sendo glorificada na alma e no corpo da mesma forma que Jesus”, completa De Tommaso

“Embora o dogma seja algo recente, estamos falando de uma crença antiga”, diz à BBC News Brasil o teólogo Raylson Araujo, pesquisador na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Fonte: BBC News Brasil

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