BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) colocou nas ruas nesta segunda-feira, 18, a “Operação Compliance Zero”, que provocou um verdadeiro “tsunami” no sistema bancário.A ação alcança autoridades de alta patente na capital da República e políticos corruptos do Congresso Nacional.
O foco é investigar a emissão de “títulos de crédito falsos” pelo Banco Master. Também são apurados crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. Nesse contexto, já circulam nos bastidores nomes de possíveis beneficiados no esquema criminoso.
Daniel Bueno Vorcaro, dono e presidente do Banco Master, foi preso pela PF no Aeroporto de Guarulhos (SP), quando tentava deixar o país. A prisão é preventiva e foi decretada no âmbito da operação. A defesa afirma que ele viajava a negócios para Dubai.
Também foram presos:
- Augusto Ferreira Lima — ex-CEO e sócio de Vorcaro no Master
- Luiz Antônio Bull — diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia do Master
- Alberto Félix de Oliveira Neto — superintendente executivo de Tesouraria do Master
- Augusto Ferreira de Lima — ex-CEO do Master
- Ângelo Antônio Ribeiro da Silva — sócio do banco
Segundo a PF, foram cumpridos mandados de prisão preventiva, temporária e 25 mandados de busca e apreensão em vários estados (SP, RJ, MG, BA e DF).
A fraude investigada pode chegar a R$ 12,2 bilhões. A Justiça bloqueou contas ligadas aos investigados, envolvendo esse montante. Dinheiro vivo na ordem de R$ 1,2 milhão, carros importados, relógios de luxo e obras de arte também foram recolhidos pela Polícia Federal.
As investigações poderão confirmar um dos maiores esquemas de corrupção financeira envolvendo um banco no Brasil nos últimos anos. O episódio pode provocar grande impacto para os investidores, especialmente os que tinham CDBs emitidos pelo Master.
O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) pode ser acionado para realizar pagamentos aos investidores, dependendo de quanto do passivo do Master ele poderá cobrir.